Marco Aurélio Mello, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal aposentado desde 2021, concedeu uma entrevista ao podcast do Diário do Poder, onde teceu várias críticas à atuação dos magistrados na Corte, em especial a do ministro Alexandre de Moraes, responsável por conduzir o “inquérito do fim do mundo”.
Este inquérito apelidado pelo próprio Marco Aurélio como algo que parece não ter fim, diz respeito ao inquérito das fake news, aberto em 2019 e mantido até então. Durante a entrevista, o ex-ministro demonstrou preocupação com a escalada de decisões consideradas abusivas por parte do Supremo.
“Não sei aonde vamos chegar”, disse ele, frisando que para os ministros do Supremo “é preciso que cada qual perceba a envergadura da cadeira”. Ao criticar a violação de competências, Marco Aurélio afirmou que “talvez o ‘sucesso’, para mim entre aspas, tenha subido à cabeça. Atuam integrantes do Supremo como se não houvesse em si outros Poderes”.
Marco Aurélio também disse não acreditar que os atos de 8 de janeiro foram uma tentativa de golpe. Para ele, tratou-se de uma “manifestação popular” que descambou em vandalismo devido à presença de “baderneiros”. Neste sentido, o ex-ministro disse que as condenações dos envolvidos, por parte do STF, estão sendo exageradas.
O próprio julgamento de pessoas que não possuem foro privilegiado e, portanto, não deveriam estar sendo julgadas pelo STF, constitui uma irregularidade por parte dos magistrados, segundo o ex-ministro. “Eu não compreendo essa competência”, disse ele. “Depois que o Supremo bate o martelo, não se tem a quem recorrer… e isso gera uma responsabilidade maior”. Assista: