As Forças Armadas pediram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que fossem “adotadas medidas” para validar e contar todos os votos nas eleições deste ano, caso o sistema eletrônico falhe, informou a CNN Brasil na noite da última segunda-feira, 25 de abril de 2022.
Segundo a emissora, a informação consta no “Plano de Ação para a Ampliação da Transparência do Processo Eleitoral”, documento com 81 páginas com as contribuições dos integrantes do Comitê de Transparência Eleitoral.
Se tratada de um colegiado composto por representantes, dentre outros, da Polícia Federal, OAB, academia e Forças Armadas com o objetivo de aperfeiçoar o sistema eleitoral.
Conforme a Tribuna de Brasília havia noticiado, tais medidas foram citadas na nota oficial publicada pelo Ministério da Defesa na noite do domingo, 24, mas sem dar detalhes sobre quais solicitações foram feitas pelos militares.
Contudo, ainda no documento citado (Plano de Ação para a Ampliação da Transparência do Processo Eleitoral) e analisado pela CNN, as Forças Armadas, por meio do seu representante na comissão, general Heber Portella, fez a sugestão da contagem dos votos, da seguinte forma:
“Considerando o voto como um direito e um dever inarredáveis de cada cidadão, sugere-se a adoção de medidas que permitam a validação e a contagem de cada voto sufragado, mesmo que, por qualquer motivo, as respectivas mídias ou urnas eletrônicas sejam descartadas”, disse Portella.
A informação vinda à tona pode explicar o motivo pelo qual o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, já falou ao menos três vezes este ano que os votos “serão contados” nas eleições 2022, mesmo após a derrubada da proposta do voto impresso, pelo Congresso Nacional, no ano passado.
Ou seja, Bolsonaro parece estar respaldado no parecer do setor de cibernética das Forças Armadas, uma vez que vem fazendo tais afirmações. Segundo o TSE, contudo, os votos eletrônicos já são audiáveis, motivo pelo qual a impressão dos mesmos seria desnecessária.
Resta saber, agora, como estes órgãos chegarão a um ponto de acordo até o período e execução das eleições este ano. Assista a reportagem da CNN Brasil, abaixo: