O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, participou de um seminário online nesta quarta-feira (15), onde fez algumas declarações que soaram como indiretas para o presidente da República, Jair Bolsonaro.
“O Judiciário não tem dinheiro, não tem Exército e vive da confiança legítima do povo, da legitimidade ética e democrática de suas decisões”, afirmou o ministro, alegando que o Judiciário do país não participa de “pactos” nem faz “acordos” com outros Poderes da República.
Ao divulgar uma “Carta à Nação” na última quinta-feira (09/09), circulou o rumor de que o presidente Bolsonaro teria buscado o ex-presidente Michel Temer para negociar alguma espécie de acordo entre ele e o ministro Alexandre de Moraes, no sentido de apaziguar o conflito entre os poderes.
Temer foi o responsável pela indicação de Moraes ao STF, durante o seu mandato como presidente após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, motivo pelo qual alguns acreditam que, além da grande influência e poder de articulação política, o ex-presidente também teria entrado em contato com o ministro buscando apaziguar a situação.
Fux, por sua vez, não fez nenhuma citação direta ao presidente Jair Bolsonaro, mas repetiu o tom firme que já havia externado em seu primeiro discurso após o dia 7 de setembro, quando disse que o Supremo não seria fechado.
“Este Supremo jamais aceitará ameaças à sua independência nem intimidações ao exercício regular de suas funções”, disse o ministro do STF na ocasião. “Ninguém fechará esta Corte. Nós a manteremos de pé, com suor e perseverança.” Veja também:
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