Desde que o novo governo Lula teve início, uma série de reações passou a surgir no meio militar, com alguns generais emitindo opiniões diversas sobre o atual cenário brasileiro. Um deles é Luiz Eduardo Rocha Paiva, que além de general possui doutorado em Aplicações, Planejamento e Estudos Militares na Escola de Comando e Estado–Maior do Exército (ECEME–RJ), sendo também especialista em Estratégia e Alta Administração Militar.
Paiva, que é membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil e colaborador do Centro de Estudos Estratégicos do Exército, fez alguns comentários sobre o que ele acredita ser a atual gestão petista, dizendo que, nas entrelinhas, o governo Lula estaria querendo “neutralizar” o “tradicional aparato de segurança do Estado” brasileiro.
“A ingerência política e partidária na gestão interna das Forças Armadas, seu isolamento da sociedade, a criação de uma guarda nacional e a desmilitarização da Polícia Militar estão entre as estratégias de neutralização do tradicional aparato de segurança do Estado, para permitir a tomada do poder e a implantação do socialismo”, afirmou o general da reserva.
A declaração de Paiva parece fazer referência à suspensão da nomeação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, para o comando de um batalhão de Operações Especiais do Exército em Goiânia, o 1° BAC, considerado um dos mais letais e estratégicos do Brasil.
Ainda de acordo com Paiva, os protestos de 8 de janeiro que acarretaram em invasão e vandalismo contra à sede dos Três Poderes, em Brasília, propiciaram ao novo governo a implementação das suas intenções.
“Os lamentáveis e condenáveis episódios de vandalismo em 8 de janeiro têm propiciado uma intensificação dessa estratégia gramscista de enfraquecer e imobilizar os militares e o aparato de segurança do Estado”, afirmou o general em suas redes sociais.