Após acusar o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro de ter tentado lhe “coagir” para executar um “golpe de Estado”, o senador Marcos do Val recuou, argumentando que, na verdade, foi o ex-deputado Daniel Silveira o pivô do suposto plano antidemocrático.
Com a forte repercussão da sua fala, Do Val deu uma explicação nesta quinta-feira, afirmando que “Foi o Daniel quem disse tudo”. Quanto a Bolsonaro, ele declarou: “O ex-presidente estava escutando comigo ao mesmo tempo que o Daniel falava.”
Mais do que isso, o senador que horas atrás anunciou que renunciaria ao seu mandato e deixaria a vida política para voltar a morar nos Estados Unidos, onde possui uma carreira como instrutor da polícia de elite americana, a SWAT, também fez a grave acusação de que Silveira queria lhe dar uma “missão”.
“Ele me disse que iria me passar uma missão que poderia salvar o Brasil”, disse Do Val. “Um equipamento seria colocado em mim para que eu me reunisse com o ministro e ele deveria admitir que, em algum dos processos dele, ele havia ultrapassado as linhas da Constituição.”
Durante a reunião entre ele, Silveira e Bolsonaro, Do Val disse que explicou “para o ex-deputado que isso era ilegal, mas ele disse que uma equipe estava preparada e que daria tudo certo.”
Posteriormente, o senador disse que foi até o ministro Alexandre de Moraes para denunciar o plano. “Na terça-feira seguinte, me encontrei com o ministro e relatei tudo para ele. Ele ficou surpreso e depois fui para o meu gabinete.”
Quanto a Daniel Silveira, Do Val disse que lhe enviou uma mensagem negando a proposta. “Disse que não aceitaria a proposta dele”, explicou. “Esse foi o print que a revista Veja teve acesso e a reportagem me procurou para saber qual era a história por trás da conversa.”
Agora, o ministro Moraes determinou que a Polícia Federal escute Do Val no prazo de 5 dias, a fim de colher o seu depoimento para incluí-lo no inquérito que investiga os atos de 8 de janeiro, em Brasília, que resultaram em invasão e vandalismo contra a sede dos Três Poderes.