Durante a sua participação em um evento da BTG Pactual, o Ministro da Fazenda Fernando Haddad fez uma declaração mentirosa ao dizer que o programa social Bolsa Família acabou com a fome no Brasil entre os anos 2003 e 2010, época que compreende os dois primeiros mandatos do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Esse caso que você falou do Bolsa família é importante. Nós, com 0,5% do PIB acabamos com a fome entre 2003 e 2010, acabou! Ninguém mais ouvia falar. Você não via… criança na sinaleira, no sinal do trânsito [pedindo comida]”, disse ele na ocasião.
A declaração de Haddad repete a mentira também já dita pelo atual presidente Lula, que em janeiro desse ano, durante um evento no Uruguai, afirmou que “o Brasil não tinha mais fome quando deixei a Presidência”.
A verdade, porém, é que segundo levantamento do censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, referente a dados coletados em 2009, o Brasil teve 14 milhões de pessoas que ficaram um ou mais dias sem ingerir alimentos naquele período, ou seja, com fome.
Essa mesma informação foi publicada pelo jornal Correio Braziliense em setembro de 2022, quando o veículo também rebateu uma declaração semelhante de Lula durante a campanha eleitoral.
“O fato é que o Brasil nunca eliminou o grave problema da fome. Desde 2004, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou a série histórica sobre pessoas em situação de insegurança alimentar, o país registra milhões de famintos”, informou o CB na época, sendo taxativo: “É falso que os governos do PT ‘acabaram’ com a fome”.
A fala atual do ministro Haddad, portanto, parece ser mais uma das chamadas “fake news do bem”, assim apelidadas pelos críticos do atual governo quando se referem à omissão das agências de checagem que durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro agiam de forma implacável. Confira: