Um depoimento que foi prestado no dia 20 de julho de 2019, dentro de uma investigação do Ministério Público Federal a respeito do destino de mais de R$ 260 milhões para a saúde no Amazonas entre 2014 e 2016, apontou que um certo empresário investigado na operação teria pago despesas do senador Omar Aziz, em Brasília, o mesmo que agora foi indicado para presidir a CPI da Covid-19.
De acordo com dados da investigação coletados pela CNN, o senador possui parte de seus bens bloqueados e passaporte retido devido à investigação que ocorreu durante a Operação Maus Caminhos, é considerada o maior escândalo de corrupção do Amazonas. Nesse contexto, familiares do senador (como sua esposa e irmãos) chegaram até mesmo a serem presos.
Já no momento presente, Omar Aziz se mostrou audacioso ao prometer que, caso eleito presidente da CPI da Covid, estará apontando o senador Renan Calheiros para relatar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). A formação da CPI está prevista para esta terça-feira (27).
Há dez dias atrás, uma grande parte dos membros da comissão chegaram a um acordo para que Aziz fosse eleito o presidente, tendo Randolfe Rodrigues (Rede-AP) como seu vice e Renan Calheiros como seu relator. Porém, mesmo com tal acordo, a possibilidade de Renan assumir o cargo foi impedida por parte de um juiz federal na segunda-feira (26), em Brasília.
Na madrugada desta terça, no entanto, Rodrigo Pacheco, o presidente do Senado, se mostrou contra a liminar, declarando que a escolha de um relator cabe somente ao presidente da CPI, que deverá utilizar seus próprios critérios.
“Trata-se de questão interna corporis do parlamento, que não admite interferência de um juiz. A preservação da competência do Senado é essencial ao estado de direito. A Constituição impõe a observância da harmonia e independência entre os poderes”, escreveu Pacheco em sua conta oficial no Twitter, indicando que optará por não seguir o que o magistrado estabeleceu, como mostrado na Revista Oeste.