A deputada Janaína Paschoal (PSL-SP) fez uma série de publicações na manhã deste domingo (5) a respeito do novo livro do ex-ministro Sérgio Moro, intitulado “Contra o Sistema da Corrupção“, o qual já o mais vendido até o momento na Amazon. A parlamentar fez um resumo destacando alguns pontos considerados importantes por ela.
“Terminei de ler o livro de Moro. É bom, recomendo. A parte que resgata a era petista é essencial, para que as pessoas não esqueçam o que não pode ser esquecido. Quando fala de sua vida como juiz, Moro passa ensinamentos úteis a estudantes, Professores e operadores do Direito”, frisou Janaína.
Segundo a deputada, não há no livro nada que “desabone” o presidente Jair Bolsonaro, assim como nada que caracterizaria Moro como um “traidor”. Sobre o episódio em que o ex-ministro acusa o presidente de ter interferido na Polícia Federal, Janaína também conclui que, de fato, “não há crime”. Veja abaixo a sequência de comentários da parlamentar:
“Temos visões parecidas em vários pontos. Por exemplo, eu sempre defendi que o Professor de Direito deve desempenhar outras atividades, seja na Advocacia, seja na Magistratura. Ele sustenta essa percepção no livro, pensamento raro na Academia.
“Na atuação profissional, no âmbito do Direito Penal, eu sempre critiquei a fixação pelas nulidades. Sempre defendi conhecer os fatos, os autos e enfrentar o mérito. Gostei de encontrar alguém que propõe essa mesma linha. Ouso dizer que as divergências são pontuais.
“No que concerne a seu período como Ministro, não encontrei nada que pudesse caracterizá-lo como um traidor. Ele não relata nenhuma passagem que desabone o Presidente, não usa adjetivos pejorativos, não faz acusações. Ele simplesmente narra sua decepção ao perceber que pautas essenciais não receberiam a atenção que julgava necessária.
“E as ponderações que tece, por exemplo, sobre o juiz de garantias, são procedentes. Na parte que trata da divergência em torno da Polícia Federal, fica evidente que não há crime, nem por parte dele, nem do Presidente.
“A relação entre ambos já estava abalada e o Presidente não cumpriu o compromisso de deixar que ele conduzisse o Ministério sem nenhuma interferência. Com todo respeito, o erro foi do Procurador Geral da República, ao instaurar um inquérito sem qualquer fundamento.
“As autoridades envolvidas nessa apuração deveriam ler o livro. Quanto ao STF, mente quem diz que Moro não critica os inúmeros retrocessos. Critica sim, em vários momentos. Mas, até por sua personalidade, o faz de forma contida. Muitos não compreendem esse ‘estilo’.
“Mas é preciso indagar o que conseguem os que ‘batem de frente’? Independentemente de questões políticas, partidárias ou eleitorais, trata-se de leitura importante para quem quer compreender nossa história recente”, conclui a deputada.