Já no início do seu novo mandato e atendendo à linha político-ideológica da agenda progressista, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cria a Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, órgão que passou a operar no escopo da pasta dos Direitos Humanos.
Para chefiar a nova Secretaria, foi nomeada Symmy Larrat, ativista transsexual, indicada pelo ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. De acordo com Almeida, Larrat é a pessoa certa para ocupar o cargo.
“Symmy agrega todos os predicados essenciais para o exercício desta histórica função: capacidade de gestão, ativismo e propensão ao diálogo sem jamais abdicar da intransigente defesa dos direitos da população LBTQIA+.”, afirmou o ministro, segundo a Oeste.
Além de já ter atuado no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, Larrat também é presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT).
Este mês, o ministério dos Direitos Humanos inicia a campanha “Construir para Reconstruir”, em alusão ao “Mês da Visibilidade Trans”, comemorado no próximo dia 29. De acordo com a pasta, o título da iniciativa “reflete a realidade da população trans”.
Ao falar um pouco da sua trajetória ao G1, Larrat lembrou que precisou viver da prostituição, o que teria lhe tornado mais sensível à realidade das pessoas em situação de vulnerabilidade.
“Passei um período me prostituindo nas ruas de Belém, foi um momento no qual aprendi muita coisa e que me fez ser mais humana na minha militância. Para as mulheres travestis e transexuais, essa é a única alternativa muitas vezes. Ser prostituta não é problema em si, o problema é você não poder escolher, ter como essa a única opção”, declarou.