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    Lula diz que aborto é questão de saúde pública e “um direito da mulher”

    Durante uma entrevista ao podcast Mano a Mano, do rapper Mano Brown, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre um dos temas mais polêmicos discutidos no mundo político, que é a morte de seres humanos em seu estágio mais frágil de desenvolvimento, no útero materno, o chamado aborto. Segundo o líder do Partido dos Trabalhadores (PT), essa é uma questão de “saúde pública”.

    “Não tenho vergonha de dizer que eu, Lula, pai de 5 filhos, sou contra o aborto. Mas, enquanto chefe de Estado, tenho que tratar o assunto como saúde pública. Eu acho que o aborto é um direito da mulher. Não preciso ser favorável, mas tenho que cuidar para que todos sejam tratados dignamente pela saúde pública”, disse o ex-presidente.

    Críticos do aborto, os chamados “pró-vida”, não enxergam o aborto como uma questão de saúde ou um simples direito de escolha, mas como algo de natureza biológica, ética e social. Biológica, porque alegam que mesmo em seu estágio mais inicial, a vida humana pode ser considerada existente, por definição, a partir da concepção.

    Ética, porque a discussão sobre a legalidade ou não do aborto envolve o reconhecimento da proteção à vida em todas as suas fases de existência, bem como o entendimento de que a vida intrauterina não é parte do corpo da mulher, mas sim a de um indivíduo em plena formação que depende de outro ser humano – nesse caso a mãe – para poder sobreviver.

    E social, porque se a vida humana começa na fecundação e os bebês formados no útero são indivíduos, a morte prematura deles de forma intencional, e não especificada na legislação, pode ser considerada um crime, motivo pelo qual no Brasil a prática do aborto é proibida, salvo nos casos de estupro, risco de vida para a mãe ou diagnóstico de acefalia.

    Defensores do aborto, por outro lado, alegam se tratar de uma questão de saúde pública pelo fato de muitas mulheres recorrerem a métodos clandestinos para realizar a prática, o que eventualmente resulta em sequelas e mortes não desejadas.

    Também alegam ser um direito de escolha da mulher pelo fato de ser esta, a mulher, a pessoa gestante, o que em tese lhe dá o poder de decidir o que fazer com “o próprio corpo”, incluindo assim, portanto, a possibilidade de resolver eliminar ou não a vida humana gerada no seu útero.

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