Em reunião com o presidente argentino Alberto Fernándes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou que voltará a utilizar o dinheiro público do Brasil, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para financiar obras no exterior, como o gazoduto argentino Néstor Kirchner.
“Eu tenho certeza que os empresários brasileiros têm interesse no gasoduto, nos fertilizantes, no conhecimento científico e tecnológico que a Argentina tem. E, se há interesse dos empresários e dos governos, e nós temos um banco de desenvolvimento para isso, vamos criar as condições para fazer o financiamento que gente puder fazer para ajudar no gasoduto argentino”, disse o petista na segunda-feira, 23.
A iniciativa de Lula foi rapidamente criticada por parte da oposição, visto que, no passado, o investimento do BNDES em obras no exterior foi alvo de corrupção, causando prejuízos bilionários ao Brasil. Países como Venezuela e Cuba, por exemplo, deixaram de honrar o compromisso com os empréstimos, dando calote no banco brasileiro.
De acordo com uma reportagem publicada pela revista Veja, em 2019, baseada numa delação premiada do ex-ministro Antônio Palocci, Lula fazia os acertos com as autoridades estrangeiras e mandava a conta para o BNDES.
“Em troca dos juros camaradas do banco e do acesso aos mercados de fora, as empreiteiras superfaturavam o trabalho para poder irrigar o caixa petista com o pagamento de propinas”, informou a revista. Agora, parlamentares da oposição receiam que o suposto esquema ilícito volte a ocorrer.
O deputado federal Carlos Jordy ironizou, dizendo que “a picanha que ele [Lula] prometeu é para os hermanos.” Ele também publicou um vídeo contendo reportagens sobre o passado de prejuízos do BNDES, assista: