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    Mandetta: “A saúde não é uma ilha. A economia é, sim, muito importante”

    O ministro da Saúde, Henrique Mandetta, participou de uma coletiva de imprensa neste sábado para atualizar os números da pandemia de coronavírus no país, onde constam 3.904 infectados e 111 pessoas já morreram. Ele também alertou sobre os riscos do uso inadequado da cloroquina.

    “Cloroquina não é um medicamento que veio salvar a humanidade. É um estudo ainda incipiente. Existe uma pesquisa. Esse medicamento, se tomado de forma errada, pode dar arritmia cardíaca, pode paralisar o fígado. Podemos ter mais mortes por mau uso de medicamento do que pela própria virose”, afirmou o ministro.

    Mandetta deixou claro que considera a necessidade de haver uma conciliação entre os diferentes interesses da classe política e da sociedade, para que não exista radicalização entre os que defendem a necessidade do isolamento e os que pedem o seu fim em nome da economia.

    “Está cheio de fazedores de contas, de cálculos. A epidemia de H1N1 foi diferente, eu também enfrentei, tomei providências. Mas havia medicamento que todo mundo tinha à mão, existia perspectiva de vacina. Não há receita de bolo”, disse Mandetta.

    “Quem achar que é igual vai errar feio. Essa epidemia [de coronavírus] não é assim, não causou uma letalidade pro indivíduo, não é esse o nosso problema. Ah, só vai matar 5 mil, 10 mil, não é essa a conta. É um vírus que ataca o sistema de saúde, a sociedade como um todo. Logística, educação, uma série de estruturas no mundo. Não adianta pensar na sua estrutura municipal”, completou o ministro.

    A postura de Mandetta, portanto, indicou uma visão crítica contra quem faz comparações entre o coronavírus e outras doenças, como o influenza e a gripe suína, uma vez que o Covid-19 ainda é um vírus em estudo e com potencial de mutação. Apesar disso, o ministro ressaltou que a economia é uma preocupação real e deve ter a devida atenção.

    “A saúde não é uma ilha. A economia é, sim, muito importante, pra saúde. Colocamos em discussão como serão as quarentenas porque a última vez que teve quarentena no Brasil foi em 1917, com a gripe espanhola. Ninguém tem esse parâmetro”, disse ele, segundo informações do Yahoo.

    “Não é questão de apontar o dedo para o governador A, B ou C ou para o prefeito A, B ou C. A medida que tem que ser muito bem elaborada. Tem que garantir alimentos nas comunidades. A geladeira fica vazia. Se não tiver logística, como vai chegar alimento no supermercado? Vamos colocar, sim, alguns critérios necessários. Não vai ser o plano do ministro Mandetta, único. O SUS, vamos andar com as três pernas [União, estados e municípios]”, concluiu o ministro.

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