O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, acabou de emitir uma nota rebatendo uma fala repercutida por seu colega de Corte, ministro Gilmar Mendes, que durante uma entrevista concedida à GloboNews na última segunda-feira falou a respeito da suposta existência de uma “narcomilícia evangélica”.
“Recentemente, o ministro Luís Roberto Barroso presidiu uma reunião extremamente técnica sobre essa questão [de combate ao crime], e um dos oradores falou de algo que é raro de se ouvir: uma narcomilícia evangélica, que aparentemente se dá no Rio de Janeiro, onde, portanto, haveria hoje já um acordo entre narcotraficantes, milicianos e pertencentes ou integrados a uma rede evangélica. É algo muito sofisticado”, afirmou Gilmar.
Em sua nota, porém, Mendonça disse ter procurado Gilmar Mendes para conversar a respeito, ocasião em que o ministro teria afirmado o seu “respeito à comunidade evangélica”, dizendo que da sua parte “não houve qualquer intenção de constranger seus membros e que estaria à disposição da liderança da igreja para conversar”.
Mendonça, então, criticou o “grau de generalidade” na declaração repercutida por Gilmar Mendes, dizendo que “se isso ocorreu, trata-se de fala grave, discriminatória e preconceituosa, pois dirigida a uma comunidade religiosa em geral”.
Na sequência da sua nota, Mendonça disse que pode “garantir” que se há uma “rede evangélica nesse país”, ela é constituída por um terço da população, sendo composta por um povo dedicado a retirar pessoas do mundo do crime, “em especial àqueles relacionados ao tráfico”.
Mendonça, por fim, conclui a nota dizendo que pessoas que “se passam” por evangélicas não podem ser confundidas com os verdadeiros evangélicos, e que a afirmação dita durante a suposta reunião no STF deverá ser esclarecida, a fim de que os responsáveis por eventuais crimes sejam devidamente responsabilizados.
A reação de André Mendonça, vale destacar, parte não apenas de um ministro do STF, mas também de um pastor, tendo em vista que o mesmo também exerce a função de pastor na Igreja Presbiteriana. Leia a íntegra da nota, abaixo: