Mesmo após milhares de pessoas iram às ruas externar apoio ao presidente da República – só em Brasília o público estimado foi de 400 mil – no último dia 7, Dia da Independência do Brasil, a oposição não desistiu de tentar articular o impeachment de Jair Bolsonaro, assim como a Justiça não deixou de avaliar a possibilidade de cassação da chapa presidencial.
Isso porque, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) possui duas ações protocoladas contra a chapa Bolsonaro-Mourão, acusada de realizar supostos disparos de mensagens em massa durante a campanha eleitoral de 2018. O responsável pelas ações na corte é o seu corregedor-geral, ministro Luis Felipe Salomão, o mesmo que ordenou a suspensão da monetização de alguns perfis bolsonaristas nas redes.
Todavia, segundo o jornalista Ricardo Noblat, os comandantes militares e o Estado Maior do Exército, Marinha e Aeronáutica, não aceitariam uma eventual decisão judicial que tornasse inelegível o atual presidente da República. Se isso vier a acontecer, os militares prometeram que ‘a cobra vai fumar’.
Os militares respeitariam uma eventual decisão do Congresso contra o presidente, como o impeachment por exemplo, mas “o que não aceitariam de forma alguma seria que a Justiça cassasse o seu mandato e o do vice-presidente Hamilton Mourão. Os dois poderão ser declarados inelegíveis pelo Tribunal Superior Eleitoral. Se forem, a cobra vai fumar, prometem”, informou Noblat no Metrópoles.
Segundo a rede CNN Brasil, no entanto, ministros do TSE já alegaram que não haveria como cassar a chapa Bolsonar-Mourão sem o apelo das lideranças do Congresso, o que segundo eles não existe até o momento. Ainda assim, o julgamento das ações que tramitam na corte ainda poderá ocorrer.
A possiblidade de cassação, entretanto, sem dúvida ficou muito mais afastada após os atos do 7 de setembro, tanto pelo recado que os milhares (organizadores falam em milhões) de apoiadores transmitiram ao poder Judiciário, como principalmente para o Legislativo.