O ministro da Justiça e Segurança Pública, delegado Anderson Torres, quebrou o silêncio e resolveu falar abertamente sobre as polêmicas declarações feitas pelo ex-ministro Sérgio Moro, evolvendo a Polícia Federal, o que terminou resultando na divulgação de uma nota por parte da corporação, na qual o ex-juiz é chamado de mentiroso.
“O ex-ministro tem se manifestado sobre coisas que ele não sabe que estão acontecendo. Ele não chegou a conhecer bem a realidade da Polícia Federal. A Polícia Federal nada mais fez que reagir a uma fala”, disse ele ao blog do jornalista Ricardo Noblat.
Durante uma entrevista para a rede Jovem Pan concedida esta semana, Moro afirmou que não há ninguém investigado ou preso por “grande corrupção” no país, o que contrariou a cúpula da Federal. Em nota, os agentes disseram que moro “mente”, tendo feito “ataques descabidos” à corporação.
“Moro mente quando diz que ‘hoje não tem ninguém no Brasil sendo investigado e preso por grande corrupção’. A Polícia Federal efetuou mais de mil prisões, apenas por crimes de corrupção, nos últimos três anos”, diz a nota da PF, conforme noticiado pela Tribuna de Brasília.
Questionado se a nota da Polícia Federal seria fruto de alguma politização na PF, Anderson Torres, que tem adotado uma postura muito discreta sobre temas políticos, negou taxativamente, argumentando que a reação foi legítima, tendo em vista que Moro “ofendeu” a corporação.
“De maneira nenhuma (risco de politização). Zero! Zero! A Polícia Federal faz um trabalho técnico. Por óbvio que, quando é ofendida, tem o direito de reagir. Ele (Moro) ofendeu a Polícia Federal”, disse ele.