O ministro Luiz Roberto Barroso assumirá nesta quinta-feira (28) a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), após a saída da ministra Rosa Weber, que deixará a Corte devido à sua aposentadoria, ao completar 75 anos.
Barroso é um dos magistrados que mais têm recebido críticas por parte dos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. O ministro protagonizou polêmicas, por exemplo, quando declarou durante uma viagem aos Estados Unidos, ao responder a um brasileiro em novembro passado, que ele “perdeu, mané”.
Mais recentemente, o magistrado fez um discurso onde declarou que “nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia”, algo que foi interpretado como grave por parte dos aliados de Bolsonaro, pois deu a entender que ele e colegas do STF teriam agido politicamente contra o ex-presidente.
Na presidência do STF, Barroso, agora, poderá ter a chance de desfazer a sua imagem de desconfiança junto aos bolsonaristas, ou piorá-la ainda mais. O chamado “ativismo judicial” tem sido criticado, também, por parlamentares que não foram simpáticos a Bolsonaro nos últimos anos.
Ou seja, isto mostra que as críticas ao Supremo ultrapassam a esfera bolsonarista, tendo figuras fora dela que acreditam, de fato, que a maior parte dos ministros do STF estaria agindo de forma ideologizada, violando o limite de competência entre os Poderes, por exemplo, nas questões referente a aborto, legalização das drogas, marco temporal e etc.
Sob o comando de Barroso, portanto, o STF terá como grande desafio lidar não só com as críticas bolsonaristas, mas também com a tensão institucional envolvendo o Congresso Nacional, que agora parece estar mais unido no entendimento de que a competência de legislar deve ser protegida.