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    Mourão nega que a China seja um regime comunista e elogia “liberdade econômica”

    O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, concedeu uma entrevista na quinta-feira (16) onde fez declarações sobre a China que já começaram a circular negativamente entre os apoiadores do governo Bolsonaro.

    Isso porque, segundo Mourão, a China não é mais um regime comunista, ainda que seja um “regime forte” e “autoritário”. Ele afirmou que apenas a Coreia do Norte e Cuba possuem atualmente regimes comunistas.

    “Uma coisa tem que ficar clara: a partir da morte de Mao Tse Tung, em 1976, a China deixou de ser um centro irradiador do comunismo. Com a extinção da União Soviética, esse movimento se extinguiu”, afirmou o vice-presidente ao ser questionado sobre a relação entre Brasil e o regime chinês, após a saída de Ernesto Araújo do Itamaraty.

    Mourão então completou: “Hoje só tem 2 regimes comunistas no mundo: Cuba e Coreia do Norte. A própria China não é comunismo clássico. É um regime forte, autoritário, mas com liberdade econômica, que não é característica do comunismo.”

    Ainda segundo o vice-presidente, as críticas feitas por parte da população sobre o regime chinês não teriam fundamento. Com base nisso, ele associou a desconfiança de muitos em relação ao Partido Comunista Chinês (PCC) a uma espécie de misticismo, o qual estaria sendo desfeito na gestão do atual chanceler, Carlos França.

    “A partir do momento que se desmistificou esse discurso de comunismo e a própria maneira de agir do ministro França, as relações [do Brasil com a China] melhoraram”, afirmou o general ao Poder360.

    A visão de Mourão sobre o comunismo chinês é polêmica. Isso porque, críticos do regime alegam que a ideologia comunista atual apenas se adaptou ao mundo moderno, de modo que a abertura econômica presente na China, por exemplo, não caracteriza o abandono da sua essência.

    Para sustentar essa visão, os críticos apontam para os aspectos culturais e da vida social da população, mostrando que o comunismo está presente através das leis governamentais que restringem, por exemplo, a liberdade de pensamento, educação, religião e outras atividades que possam ser consideradas ameaças ao regime.

    Uma das maiores organizações que denuncia os abusos do regime comunista chinês é a Open Doors (Portas Abertas), atuante na questão da liberdade religiosa. A entidade alega que desde 2018, por exemplo, a perseguição aos cristãos considerados “ilegais” tem crescido a níveis assustadores.

    Outra organização especializada na perseguição do regime chinês é a ChinaAid. Assim como inúmeras outras, ela faz denúncias recorrentes sobre abusos das mais diversas espécies associados à ideologia comunista, em sua maioria envolvendo a privação das liberdades civis e à doutrinação ideológica local. Veja também:

    CHINA: relatório da ONU aponta extração forçada de órgãos de cristãos presos

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