O Ministério Público Federal (MPF) resolveu se manifestar sobre a oitiva do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, ocorrida na última quarta-feira. De acordo com o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, o órgão não foi comunicado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nem pela Polícia Federal.
Frederico Santos disse ter sido comunicado da oitiva apenas pela imprensa. Como resultado, resolveu enviar uma petição cobrando ao ministro Alexandre de Moraes, requerendo que o MP seja intimado pessoalmente a participar de processos relacionados às investigações do 8 de Janeiro.
Além de Moraes, o subprocurador também encaminhou um parecer para a Polícia Federal, fazendo o mesmo questionamento e solicitação. O “puxão de orelha” da PGR visa garantir que as prerrogativas do MPF sejam respeitadas e mantidas.
“Não obstante as prerrogativas asseguradas ao Ministério Público pela constituição Federal e pela legislação em vigor, não houve a intimação da Procuradoria-Geral da República para a execução do referido ato processual“, diz o documento encaminhado, segundo o Poder360.
Anderson Torres, que é delegado da Polícia Federal e foi ministro da Justiça no governo Bolsonaro, foi preso preventivamente no dia 14, por suspeita de omissão diante dos protestos de 8 de janeiro que culminaram na invasão à sede dos Três Poderes, em Brasília.
Nesse período, o ex-ministro que assumiu a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, no governo Ibaneis, afirmou que estava de férias nos Estados Unidos. Durante a sua gestão na pasta da Justiça, Anderson Torres conseguiu obter recordes de apreensão de drogas no país.