O vice-presidente, general Hamilton Mourão, comentou sobre os recentes conflitos entre os poderes Executivo e Judiciário. Segundo a sua avaliação, não há contexto no país que seja o suficiente para que resulte em uma ruptura institucional. O militar argumentou que as opiniões sobre tal possibilidade decorrem muito mais da “retórica” do que de dados concretos.
“Não há espaço para ruptura no século XXI. Isso tem que ficar muito claro. Não existem ações correspondentes a essa retórica. Eu vejo essas questões mais como uma retórica forte do nosso governo do que ações que levassem a uma ruptura”, afirmou Mourão.
Em outras palavras, o vice-presidente acredita que os rumores sobre uma possível ruptura institucional são alimentados por causa da forma como o governo reage na forma de palavras. O vice não citou, mas ele se referiu ao presidente Jair Bolsonaro, que vez e outra profere discursos criticando diretamente alguns ministros do STF.
Esse entendimento do general ficou claro quando usou a expressão “retórica forte” para apontar a causa desses rumores, o que segundo ele estaria gerando apenas uma “cortina de fumaça” sobre o tema. Sua declaração foi durante uma entrevista à Rádio Gaúcha na segunda-feira (13).
“Eu julgo que muita coisa pode ser dita de uma forma mais polida, sem ultrapassar os limites éticos. Eu vejo o governo fazer muita coisa que acaba não aparecendo por conta dessa retórica forte. Por conta dessa cortina de fumaça”, afirmou Mourão.
Segundo o jornalista Ricardo Noblat, no entanto, comandantes militares já teriam prometido que se o presidente Jair Bolsonaro for declarado inelegível por decisão judicial, por exemplo através de um julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), eles não irão aceitar, e que por isso ‘a cobra vai fumar’. Veja abaixo essa informação:
Militares dizem que se a Justiça tornar Bolsonaro inelegível, ‘a cobra vai fumar’