A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de demitir o então comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda, substituindo-o pelo então comandante do Sudeste, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, não parece estar repercutindo conforme o esperado.
Além do general Hamilton Mourão criticar a decisão, dizendo que o governo estaria querendo acirrar uma crise com as Forças Armadas, informações sobre a vida pessoal do novo comandante também estão vindo à tona e chamando atenção do público.
Uma delas diz respeito ao fato de que Paiva foi um dos generais que, segundo o jornalista Paulo Figueiredo Filho, estariam agindo contra uma ação mais contundente das Forças Armadas no que tange ao resultado das últimas eleições.
“O povo brasileiro tem o direito de saber quem é quem”, disse Figueiredo em dezembro passado, citando os nomes do comandante militar do Nordeste, general Richard Fernandez Nunes; o comandante militar do Sudeste, general Tomás Paiva (agora comandante do Exército) e o ex-comandante militar do Sul, Valério Stumpf Trindade.
Outra informação sobre Paiva, divulgada horas atrás pelo Estadão, afirma que o novo comandante do Exército foi ajudante de ordens por seis anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e que até hoje ele mantém visitas mensais ao cacique do PSDB.
Ainda há outra informação repercutida, dessa vez pela CNN Brasil. Segundo a emissora, Paiva foi indicado para assumir o comando do Exército pelo ministro Alexandre de Moraes, em dezembro passado.
Na quarta-feira (18), Paiva fez um discurso que agradou os aliados de Lula. Ele disse que “não interessa quem está no comando, a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito”, no sentido de respeitar o resultado das eleições 2022.
“Em que pese o turbilhão, o terremoto, o tsunami, nós vamos continuar íntegros, coesos e respeitosos e vamos continuar garantindo a nossa democracia, porque a democracia pressupõe liberdade e garantias individuais e públicas”, declarou o general.