O presidente da República Jair Messias Bolsonaro afirmou no último sábado (10) que o Supremo Tribunal Federal (STF) está interferindo em outros poderes. Essa crítica foi feita pelo chefe do Executivo após à determinação, por parte do ministro Luís Roberto Barroso, de que o Senado Federal analise uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) com a finalidade de investigar as ações do governo federal durante a pandemia.
“Interferência? Lamentavelmente existe ainda por parte do Supremo —no meu governo teve muito. Agora teve uma [interferência] no Senado. [O STF] Não tem que estar se metendo em tudo. Já deram poderes aos governadores para fazerem a política de lockdown, confinamento”, declarou o presidente durante uma fala realizada em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília.
Quanto a Barroso, o mesmo concedeu, segundo o UOL, uma decisão liminar sobre um mandado de segurança que foi apresentado pelos senadores Jorge Kajuro (Cidadania-GO) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE), de modo a determinar a instauração da comissão.
Momentos após, Rodrigo Pacheco, o atual presidente do Senado, declarou não ser a favor da CPI, mas que iria cumprir o que fora determinado pelo STF. “Decisão judicial se cumpre, não se discute”, afirmou ele.
A decisão tomada por Barroso estará sendo levada ao plenário para análise por parte dos demais ministros da Corte no dia 16 de abril, num julgamento que será realizado virtualmente.
Foi no dia seguinte, ao pedir a atenção de seus apoiadores numa reunião, que Bolsonaro afirmou que falta “coragem moral” e que sobra “imprópria militância política” a Barroso, que havia determinado a instalação da CPI na quinta-feira (08/04).
Deste modo, ainda no último sábado, o atual presidente afirmou que esta investigação foi criada com a intenção de “persegui-lo” e “tumultuar”.
“Essa CPI feita pela esquerda é para perseguir, para tumultuar. Conversei com alguns senadores. A ideia é investigar todo mundo. Sem problema nenhum. Agora a lei nasceu para todos”, declarou o presidente.