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Pai de Santo de Anitta, que foi na Paulista, rasga elogios a Bolsonaro: ‘Maravilhoso’

Pai de Santo de Anitta, que foi na Paulista, rasga elogios a Bolsonaro: 'Maravilhoso'

Foto: reprodução/Google

Um encontro incomum chamou atenção durante o ato pró-anistia a acusados dos atos de 8 de janeiro de 2023, liderado por Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista no domingo (6): a participação de Sérgio Pina, pai de santo do terreiro de candomblé frequentado pela cantora Anitta em Nova Iguaçu (RJ).

Acompanhado de figuras como o pastor evangélico Silas Malafaia e o ex-candidato à Presidência Padre Kelmon, Pina foi apresentado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como “representante das religiões de matriz africana” no palco.

Conhecido por seu terreiro na Baixada Fluminense e por aparecer no clipe “Aceita” (2023), em que Anitta denuncia a intolerância religiosa, Pina não tem histórico de atuação política pública. Em suas redes sociais, onde soma 87 mil seguidores, convocou apoiadores para o ato, defendendo “penas justas e liberdade para os presos de 8 de janeiro”“Quem cometeu delitos deve pagar, mas com justiça. Estamos unidos por um Brasil melhor”, declarou em vídeo dias antes.

Contexto da participação

Michelle Bolsonaro destacou a presença do religioso ao microfone: “Todos juntos pela liberdade. Obrigada por vir, Sergio”. A cena gerou debate sobre a estratégia de ampliar a base de apoio bolsonarista além de grupos conservadores tradicionais. Em 2022, setores de matriz africana já haviam manifestado apoio a Bolsonaro, criticando perseguições a terreiros durante governos petistas.

Apesar do simbolismo, a presença de Pina divide opiniões. Mãe Beata de Iemanjá, líder religiosa do Rio, questionou: “Como um representante do axé defende quem invadiu templos sagrados, como o Palácio do Planalto, que tem orixás na arquitetura?”.

Já a União de Negros pela Igualdade (Unegro) classificou o gesto como “oportunismo político que ignora o histórico de ataques a terreiros sob o governo anterior”.

Anitta em silêncio

Até o momento, Anitta não se pronunciou sobre a participação de Pina no ato. Em 2023, a cantora declarou ser “filha de santo há anos” e usou o clipe “Aceita” para criticar a destruição de terreiros — problema que persiste: em 2024, o Disque 100 registrou 187 denúncias de intolerância contra religiões afro-brasileiras.

O evento também reuniu grupos que historicamente se opõem a práticas como o candomblé. Para o sociólogo Leonardo Martins, da USP, “a presença de Pina reflete a fragmentação das identidades religiosas na política, onde pautas pontais sobrepõem contradições históricas”.

Bolsonaro encerrou o ato reforçando a defesa da anistia, tema que deve dominar o debate público até a próxima manifestação marcada para 25 de março em Brasília. Enquanto isso, Sérgio Pina segue mobilizando seguidores online, afirmando que “a espiritualidade transcende cores partidárias”.

Em uma participação em um podcast, o pai de santo rasgou elogios ao ex-presidente e a ex-primeira-dama Michelle. Assista abaixo:

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