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    “Para os pobres, a vida está como sempre foi”, diz pesquisadora sobre a pandemia

    Ela é considerada uma da principais vozes do mundo acadêmico cristão no Brasil, tendo forte influencia também no exterior. Com diversas especializações, dois mestrados e cursando um doutorado na University of St Andrews no tema “History and Political Theology”, Braulia Ines Barbosa Ribeiro, mais conhecida apenas como Braulia Ribeiro, comentou sobre o momento de pandemia que vive o Brasil.

    “O status econômico e o estilo de vida podem criar uma enorme diferença na percepção sobre essa pandemia global. A classe média isolada está se escondendo cercada de pilhas de comida, mantendo a possibilidade de ‘trabalhar em casa’ com acesso a entretenimento e conversas digitais”, escreveu ela ao observar as dificuldades da quarentena levando em consideração diferentes classes sociais.

    “O isolamento não é tão difícil e se torna uma questão de vida ou morte, especialmente quando você é informado principalmente por mídias que alimentam medo te mostrando o quanto o mundo está confuso, e ameaçando o falso conforto que você tinha na ‘ciência’ e no poder do governo. Para os pobres, no entanto, a vida está como sempre foi”, destacou Braulia.

    Atuante por muitos anos como missionária evangélica e autora da revista Ultimato, uma das mais tradicionais do segmento no Brasil, Braulia Ribeiro tem se mostrado uma importante voz de influencia entre os aliados do atual governo.

    Ao analisar o contexto da pandemia, a pesquisadora concorda com a necessidade de atenção nas questões econômicas, como defende o presidente Jair Bolsonaro, mas sem deixar de reconhecer a gravidade do coronavírus e os riscos impostos pela doença.

    “A vida de quem precisa do trabalho diário para sobreviver sempre foi dominada por doenças inesperadas, assombrada pela ineficácia dos sistemas públicos de saúde e cheia de imaginação apocalíptica. Nada mudou, exceto o fato de que agora ninguém tem emprego. A fome vai bater à porta em breve”, afirma Braulia.

    “Pense nisso quando defender medidas extremas de quarentena como o único imperativo moral neste momento de crise. Expressões como ‘a economia’ podem fazer você pensar em grandes bancos e na Bovespa. Concordo que parece imoral pensar em ‘salvar’ as bolsas diante de uma ameaça à saúde global, mas não entenda errado, o seu odiado ‘mercado’ não vai afundar sozinho”, completa.

    “Salvar a economia significa salvar os empregos diários de dezenas de milhões de pessoas. Não é Vida vs Mammon, o falso dualismo que algumas pessoas estão alardeando. É Vida versus Vida. Como salvar vidas? Todas as nossas vidas? É o grande dilema que estamos enfrentando agora”, conclui a pesquisadora.

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