Chamou atenção esta semana um posicionamento do comentarista Tiago Pavinatto, durante uma transmissão da rede Jovem Pan. Na ocasião, ele chamou de “vagabundo e tarado” o desembargador Airton Vieira, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), o que acabou lhe rendendo a demissão da emissora.
A crítica de Pavinatto foi por causa de uma decisão tomada por Vieira anos atrás, sobre um caso tratado como estupro de vulnerável ocorrido em 2011. Trata-se de um idoso de 76 anos que, na época, pagou para ter relações sexuais com duas adolescentes de 13 e 14 anos no município de Pindorama, São Paulo.
Vieira votou pela absolvição do idoso, alegando que as jovens teriam aparentado ter maioridade, e que por isso o sujeito teria se enganado. Ele apontou a suposta prática de prostituição e o uso de drogas como elementos do seu argumento.
“Não se pode perder de vista que em determinadas ocasiões podemos encontrar menores de 14 (catorze) anos que aparentam ter mais idade, mormente nos casos em que eles se dedicam à prostituição, usam substâncias entorpecentes e ingerem bebidas alcoólicas, pois em tais casos é evidente que não só a aparência física como também a mental desses menores se destoará do comumente notado em pessoas de tenra idade”, afirmou Vieira.
Pavinatto, por sua vez, criticou a decisão e xingou o desembargador. A Jovem Pan mandou o comentarista se retratar, mas ele se recusou, declarando o seguinte ao vivo:
“A direção da casa está pedindo uma retratação ao desembargador Airton Vieira, e eu não vou fazer, tá? Eu deixo claro aqui: eu não vou fazer uma retratação pra uma pessoa que ganha dinheiro público, livra um pedófilo e ainda chama a vítima, de 13 anos de idade, de vagabunda. Eu me nego a fazer”.
Com a recusa de Pavinatto, a Jovem Pan demitiu o comentarista. Posteriormente, ele explicou a sua posição: “Disse, com paz de espírito, que preferia perder o contrato a perder a decência”.