Considerado um dos nomes mais respeitados do jornalismo brasileiro, J. R. Guzzo escreveu um artigo em sua coluna na Gazeta do Povo, onde teceu duras críticas ao que considera ser um aparelhamento político-partidário da Polícia Federal.
O comunicador usou como base de argumentação o caso da vereadora Marielle Franco, assassinada há cinco anos no Rio de Janeiro. Para Guzzo, o crime se transformou em uma bandeira política da esquerda contra a direita nacional.
Segundo Guzzo, “a PF tinha uma excelente imagem junto à população em geral. Não mais. Em um ano de governo Lula, a instituição virou o contrário do que era; passou a funcionar como uma empresa particular de segurança a serviço do ministro da Justiça, dos líderes do Supremo Tribunal Federal e de qualquer peixe graúdo do governo ou nem tão graúdo assim.”
“O sujeito tem uma carteirinha de lulista? Vira na mesma hora autoridade essencial para a salvação da ‘democracia’ – e pode chamar ‘a Federal’ para prender, indiciar e interrogar qualquer um que lhe passe pela frente. Se essa autoridade é o ministro Alexandre de Moraes, então o céu é o limite”, criticou o jornalista.
Guzzo lembrou de uma fala recente do atual diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, que afirmou ter convicção que o caso Marielle será solucionado nos próximos meses, apesar de estar em segredo de justiça.
“O caso [Marielle] vem sendo explorado como uma questão puramente política pelo governo Lula – e a PF usada como instrumento para atingir os objetivos desejados por ele. O diretor-geral, agora, passa um recibo público de que é isso mesmo”, ressalta o jornalista.
E conclui: “O caso Marielle nunca teve nada a ver com o processo legal em vigor no Brasil; é política, e por isso a PF, hoje transformada em KGB do regime, passou a cuidar dele. O objetivo, naturalmente, é usar a morte da vereadora como arma para atacar o ‘bolsonarismo’”.