O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, afirmou nesta quinta-feira (26) que a Corte está guardando “satisfações” da Polícia sobre a operação realizada na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, onde ao menos 26 pessoas foram mortas, sendo quase todas ligadas ao tráfico de drogas e com ficha criminal.
“Tendo em vista a posição em que se encontra o STF, achei por bem não polemizar com a PM. A PM deve satisfações, eu estou aguardando essas satisfações”, disse Fux na abertura da sessão plenária do STF.
A reação do STF decorre de uma decisão proferida pelo ministro Edson Fachin, em junho de 2020, quando proibiu operações policias nos morros do Rio de Janeiro durante a pandemia. Segundo a Corte, o próprio ministro demonstrou “muita preocupação” com a ação na Vila Cruzeiro.
O secretário de Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, chegou a criticar a decisão de Fachin, argumentando que ela facilitou a vida dos criminosos no estado carioca, possibilitando até que bandidos de outros estados migrassem para o Rio, buscando esconderijo.
“Começamos a reparar a migração dessas lideranças de uns tempos pra cá. E isso foi acentuando após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Fazer daqui o esconderijo deles é fruto dessa decisão”, disse o coronel.
Para o ministro Gilmar Mendes, contudo o quadro atual é “extremamente preocupante com a palavra de autoridades locais atribuindo ao STF a responsabilidade por essa tragédia que nós sabemos que é um problema estrutural”.
“É preciso que as coisas sejam ditas com muita clareza e perspectiva isenta, devemos contribuir para superação das crises e não para ficar aí a apontar culpados ou bodes expiatórios”, afirmou Gilmar, segundo a Gazeta do Povo.