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    “Quão corruptos são os juízes do Brasil?”, questiona jornal da Alemanha sobre o STF

    O jornal alemão Handelsblatt, um dos mais influentes da Europa, publicou uma reportagem contundente que coloca em xeque a integridade do Supremo Tribunal Federal (STF) e a atuação de seus ministros.

    Com o título provocativo “Quão corruptos são os juízes do Brasil?”, a matéria expõe uma série de questionamentos sobre o funcionamento do Judiciário brasileiro, apontando que ele estaria sendo minado por privilégios excessivos e práticas de nepotismo.

    A reportagem, publicada em 2023, traça um paralelo histórico entre o sistema judiciário brasileiro e o modelo alemão, do qual o Brasil se inspirou. No entanto, o texto afirma que, ao longo do tempo, o Judiciário brasileiro teria se transformado em uma “casta cheia de privilégios”, distanciando-se dos princípios de imparcialidade e transparência que deveriam nortear suas ações.

    O jornal questiona a ausência de um código de conduta específico para os magistrados, citando uma declaração do ministro Alexandre de Moraes, que considerou tal medida “completamente desnecessária”, argumentando que os juízes já seguem a Constituição.

    Apesar de reconhecer o papel do STF como “garantidor da democracia” e sua atuação decisiva para barrar tentativas do ex-presidente Jair Bolsonaro de questionar os resultados das eleições de 2022, o Handelsblatt não poupa críticas ao sistema. “Nepotismo e aproveitamento tornam o Judiciário vulnerável”, afirma o texto, sugerindo que essas práticas comprometem a credibilidade da instituição.

    Um dos pontos destacados pela reportagem é o Fórum Jurídico de Lisboa, organizado pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), fundado pelo ministro Gilmar Mendes. O evento, apelidado de “Gilmarpalooza”, reuniu juízes, empresários e políticos, levantando suspeitas de conflitos de interesse. “Juízes e procuradores são convidados por aqueles que estão sendo processados ou julgados”, denuncia o jornal, sugerindo que tais encontros podem influenciar decisões judiciais.

    Outro caso mencionado é o do ex-ministro Ricardo Lewandowski, que, logo após deixar o STF, foi contratado como consultor da J&F, holding controladora da JBS. A empresa havia sido condenada a uma das maiores penas da história do país, mas o Supremo anulou a sentença. “A nomeação de Lewandowski levanta questões éticas sobre a relação entre o Judiciário e o setor privado”, afirma o Handelsblatt.

    A reportagem também expõe os privilégios desfrutados pelos magistrados, como auxílio-moradia, alimentação, transporte e férias de 60 dias, além de manobras para ultrapassar o teto salarial com benefícios isentos de impostos. Essas regalias, segundo o jornal, contribuem para a percepção de que o Judiciário opera como uma “elite distante” da realidade do cidadão comum.

    Por fim, o Handelsblatt relembra a Operação Lava Jato, que investigou esquemas de corrupção envolvendo políticos e empresários. O jornal afirma que, embora o STF tenha apoiado inicialmente as investigações, passou a anular sentenças quando magistrados se tornaram alvos.

    “O Supremo bloqueou a operação, mesmo com provas e confissões”, conclui a publicação, sugerindo que o tribunal teria agido mais para proteger seus membros do que para garantir a justiça.

    A reportagem do Handelsblatt serve como um alerta sobre a necessidade de reformas no Judiciário brasileiro, especialmente em um momento em que a credibilidade das instituições é fundamental para a estabilidade democrática. A exposição internacional dessas questões reforça a urgência de medidas que garantam transparência, ética e responsabilidade no exercício do poder judiciário.

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