O jornalista Reinaldo Azevedo usou a sua rede social para fazer uma publicação em tom de deboche e sarcasmo sobre o momento em que a primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, comemorou a vitória do ex-ministro André Mendonça, na aprovação que oficializou a sua indicação para a vaga de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF).
Michelle aparece em uma gravação agradecendo a Deus pela aprovação de Mendonça no Senado Federal, e na ocasião ela fez uma oração onde falou em línguas estranhas, ou “dos anjos”. O fenômeno é comum e conhecido na tradição doutrinária das igrejas pentecostais, sendo considerado uma experiência sobrenatural.
O jornalista, por sua vez, que já criticou a indicação do pastor Mendonça para o STF, tratou a expressão de fé da primeira-dama com deboche: “Michelle comemora ida de Mendonça para o STF em ‘línguas estranhas’, a glossolalia. Baixou o Espírito Santo? Mendonça redigirá seus votos em português? Talvez seja preferível a glossolalia mesmo!”, disparou Azevedo.
Em resposta ao jornalista, vários internautas também se manifestaram de forma preconceituosa sobre o momento religioso em que autoridades se reuniram para comemorar a vitória de André Mendonça, o qual além de jurista com ampla experiência e sólida formação, também é pastor evangélico da Igreja Presbiteriana.
“Gente doente, podre”, atacou um internauta. “Micheque comemora na língua da milícia com dialeto do crime organizado será que ela acha que assim estará livre das críticas do povo? [sic]”, disparou outra seguidora do jornalista.
“É nisso em q o brasil vai se transformar cada vez mais, um país evangélico fundamentalista, autoritário, intolerante, tosco, chato, retrógrado, proibicionista…”, comentou mais uma internauta.
Intolerância religiosa
Independentemente das diferenças religiosas, a expressão de fé é algo inerente ao sentimento religioso humano, sendo um direito não apenas garantido pela Constituição Federal e pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, como protegido no tocante intolerância praticada por terceiros.
Diferentemente da crítica doutrinária, oriunda do ensino religioso das diferentes crenças, onde cada qual possui o direito de defender a sua própria visão, a intolerância religiosa, por outro lado, é caracterizada pela tentativa de ridicularização, censura, perseguição e ataques dos mais diversos tipos contra a fé alheia, geralmente visando constranger, intimidar e cercear o direito à prática de fé.
Não por acaso, o Código Penal Brasileiro (CPB) em seu artigo 208 estabelece como crime passível de prisão ou multa, “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa”, assim como “impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”.
Assista abaixo o vídeo completo com o momento comentado por Reinaldo Azevedo: