Um dos maiores mistérios envolvendo o caso Adélio Bispo, que tentou assassinar o então candidato Jair Bolsonaro à presidência da República, em 2018, poderá ser finalmente revelado. Se trata de quem teria financiado a defesa do criminoso, a qual contou com um grande aparado judicial composto por advogados renomados de alto custo e até avião particular.
Essa possibilidade ocorre porque o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, sediado em Brasília, decidiu hoje (3) rejeitar um recurso que impedia a retomada das investigações, o qual havia sido apresentado, curiosamente, pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Na ação, a OAB contestava medidas de busca e apreensão determinadas pela Justiça Federal em 2019, justamente contra os advogados particulares que fizeram a defesa de Adélio Bispo, entre as quais a quebra de sigilo do advogado responsável por coordenar a defesa do criminoso, Zanone Manuel de Oliveira.
Com isso, para a deputada federal Bia Kicis, que também é procuradora de Justiça, “agora se poderá investigar quem pagou os advogados de Adelio Bispo e assim se chegar aos possíveis mandantes do crime.”
O advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, também comemorou a decisão do TRF1, destacando possíveis desdobramentos sobre o caso. “Todas as informações, todos os elementos colhidos até o momento pela Polícia Federal e outros mais que serão colhidos poderão ser usados na investigação”, disse ele, segundo a Agência Brasil.
“Isso acarretará no desdobramento de novas investigações e até abertura de novos inquéritos policiais para chegar à autoria, aos mandantes, quem encomendou a morte de Jair Bolsonaro, quem pagou, quem está por detrás disso”, destacou Wassef.
Conforme noticiado pela Tribuna de Brasília mais cedo, o caso Adélio Bispo marcou a história política brasileira. Ocorrido durante a campanha presidencial de 2018 em Juiz de Fora, Minas Gerais, o agressor atacou Bolsonaro com um golpe de faca em seu abdômen. O então candidato conseguiu resistir, mas até hoje sofre as consequências do atentado, já tendo passado por várias cirurgias de reparação em seu intestino.
Em 2018, Zanone Manuel de Oliveira alegou que foi procurado por uma pessoa para fazer a defesa de Adélio, a qual teria exigido um termo de confidencialidade.
Após receber R$ 5.000,00 iniciais, de um total de R$ 25.000,00 (desconto de 83% dos honorários de R$ 150.000,00) a tal pessoa teria desaparecido. Na época o defensor concedeu uma entrevista polêmica para a jornalista para a jornalista Roberta Lopes, do Direita Minas, onde falou do assunto. Assista a íntegra, abaixo: