A situação econômica das Forças Armadas na atual gestão não anda nada boa, o que já motivou a ida dos seus comandantes e do ministro da Defesa, José Múcio, ao Congresso Nacional, esta semana, para fazer um apelo por mais orçamento destinado ao setor diante do “apagão financeiro” que vem sofrendo.
“Apagão financeiro” foi como classificou o jornalista Robson Bonin, da Veja, ao dizer que “os cortes de recursos promovidos pela gestão de Lula ameaçam produzir sérios estragos em projetos importantes das Forças Armadas, como a produção de submarinos, o desenvolvimento dos caças Gripen e a construção de fragatas da Marinha.”
“Sem dinheiro, as Forças Armadas avaliam demissões no setor de Defesa. Antes que o estrago seja feito, o presidente da República foi alertado pelo ministro José Múcio e prometeu agir para verificar com Fernando Haddad a situação. Em outras palavras, vão tentar encontrar alguma verba para não deixar militares a pão e água”, escreve Bonin.
A Folha de S. Paulo já havia noticiado no começo desse ano o corte de 70% da verba destinada ao setor administrativo da defesa brasileira, colocando em xeque até mesmo o pagamento de contas básicas domo a de água e energia.
Em sua participação ao lado dos comandantes das Forças Armadas na audiência pública da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, na última quarta-feira (17), Múcio foi taxativo em seu apelo por mais verbas, lembrando que o Brasil, que é um país continental, investe menos em defesa do que vizinhos como a Colômbia.
“A Colômbia, um país pequeno, tem 3,6% do PIB. Nossos vizinhos estão com um orçamento maior que o Brasil. Mas diante das nossas prioridades, nós não estamos investindo em uma defesa, que é a guardiã do nosso território, nossa soberania”, disse o ministro.
Não por acaso, o comandante do Exército general Tomás Paiva, em seu discurso na solenidade pelo Dia do Exército, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também cobrou maior recurso para a defesa.
“Estar preparado para o futuro envolve, sobretudo, aprimorar o valor do soldado por meio do treinamento eficaz da dotação de materiais de emprego militar modernos”, disse Paiva na ocasião.
E continuou: “Dessa forma, a previsibilidade orçamentária é fundamental para fortalecer a base industrial de defesa e aumentar a capacidade de dissuasão em um mundo multipolar, no qual os conflitos bélicos são uma realidade”.