Para os aliados do presidente Jair Bolsonaro que enxergam nas ações do ministro Alexandre de Moraes, uma suposta tentativa de prejudicar a campanha do governo nas redes sociais, a decisão de bloquear o aplicativo Telegram no Brasil, tomada pelo magistrado na última sexta-feira, terminou sendo um tremendo tiro no pé.
Isso, porque, após a polêmica decisão, Bolsonaro já conquistou mais de 155 mil novos seguidores no Instagram. Um número que é três vezes maior que o número de seguidores que tem o seu principal concorrente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula, até o último dia 18 passado, dia em que o aplicativo foi bloqueado, tinha pouco mais que 48 mil seguidores, enquanto Bolsonaro estava com 1.086 milhão. Até o domingo (20), Bolsonaro ganhou 109 mil novos seguidores, enquanto Lula ganhou ínfimos 3 mil, um número absurdamente menor se comparado ao do atual presidente.
Nesta segunda-feira, até o fechamento dessa matéria, o número total de novos seguidores de Bolsonaro desde a última sexta-feira já passou a casa dos 155 mil, totalizando 1.241 milhão de seguidores.
É possível que o crescimento vertiginoso do perfil do presidente da República seja fruto da grande visibilidade sobre o Telegram nos últimos dias, graças a decisão de Moraes. Nas redes sociais, muitos internautas que não são bolsonaristas também criticaram o bloqueio do aplicativo, tendo em vista que ele também é usado para fins comerciais.
A insatisfação de parte do público com o bloqueio temporário pode ter causado um efeito contrário e, em vez de prejudicar, ter favorecido o presidente, que teve uma das suas postagens banidas pelo Telegram como condição do aplicativo poder voltar a funcionar no Brasil, o que já ocorreu.
Além de Bolsonaro e Lula, também estão no Telegram os presidenciáveis Ciro Gomes e o ex-ministro Sérgio Moro, cada qual com apenas 19.279 e 5.339 seguidores, respectivamente.