O Ministério Público Federal (MPF) acatou uma notícia-crime da deputada eleita Luciene Cavalcante (PSOL-SP) contra o atual comandante do Exército Brasileiro, general Júlio César de Arruda, pela suposta prática de “prevaricação” no caso das manifestações que ocorreram em frente ao Quartel General de Brasília.
A deputada acusa o general de omissão diante dos protestos que resultaram na invasão à sede dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 desse mês, quando também houveram atos de vandalismo contra os edifícios públicos.
“Os depoimentos feitos à Polícia Federal demonstram que o acampamento do Distrito Federal foi estratégico para o ato golpista, e nesse sentido é urgente investigar os relatos que dão conta da participação, seja por ação ou por omissão, do alto comando do Exército”, diz a notícia-crime.
“Isso tipifica crime de prevaricação com relação à atuação do Exército junto ao acampamento golpista e à falta de segurança dos Três Poderes no dia 8”, diz o documento protocolado pela parlamentar no MPF, segundo a Folha de S. Paulo.
É importante frisar que crimes de natureza militar, dos membros das Forças Armadas, são apurados pela Justiça Militar. O recebimento da denúncia contra o general Arruda, contudo, pode ser um gesto de análise preliminar da acusação, algo que por si só chama atenção em se tratando de uma ação contra o alto comando do Exército.