A Polícia Federal desencadeou mais uma operação no âmbito das investigações que apuram os atos de 8 de janeiro do ano passado. Dessa vez, os agentes federais prenderam nesta quinta-feira (08) o ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Câmara, assim como o ex-assessor para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, que foi detido em Ponta Grossa.
Ambos foram alvos de uma operação que também mira os generais Braga Netto, Augusto Heleno, Valdemar Costa Neto e outros aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A prisão de Câmara foi confirmada pelo advogado Eduardo Kuntz. Ao todo são cumpridos 33 mandados que atingem diretamente figuras de peso durante a gestão do ex-presidente Bolsonaro.
De acordo com a PF, a a Operação Tempus Veritatis apura a existência de uma suposta “organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder”.
São cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas, informa o G1.
A operação ocorre nos estados do do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. Por meio das redes sociais, aliados de Bolsonaro começaram a reagir criticamente contra a operação, apontada como mais um capítulo da suposta “perseguição” contra o ex-presidente.
ATUALIZAÇÃO: entre os alvos da operação também está o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo informações do portal R7, os agentes federais apreenderam o passaporte e aplicaram outras medidas restritivas ao ex-chefe do Executivo nacional.
Segundo a Polícia Federal, os alvos da operação teriam feito parte de um grupo que teria atuado para disseminar informações falsas contra o sistema eleitoral brasileiro, a fim de fomentar uma intervenção militar.
“O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022”, diz a corporação.