O procurador-geral da República, Augusto Aras, defende que apenas parte do conteúdo da gravação da reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, seja divulgado para o público.
Segundo o PGR, o material pode haver conteúdo sensível de soberania nacional, uma vez que a reunião contou com a presença de outros ministros de Estado, como o general Augusto Heleno, responsável pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
“A rigor, só interessa ao inquérito partes referentes a diálogos travados entre o presidente da República e o ex-ministro Sérgio Moro”, disse Aras ao programa Canal Livre, da Band, na madrugada desta segunda-feira, 11, segundo o Jornal de Brasília.
“Assuntos estranhos a essa interlocução devem ser dispensados, porque imagina-se que possa haver conversas que envolvam até questões de soberania nacional”, completou Aras.
O conteúdo da reunião deverá ser divulgado na terça-feira (12), segundo informações da Exame. Para Sérgio Moro, a gravação poderá corroborar com às denúncias feitas por ele de que Bolsonaro estaria tentando interferir na Polícia Federal.
Até o momento, no entanto, nenhum material contundente contra o presidente foi apresentado pelo ex-ministro, segundo avaliação dos próprios aliados de Moro, como a advogada Janaína Paschoal, que chegou a reconhecer não haver provas contra Bolsonaro.