Bolsonaro esperou a oportunidade de mostrar o contexto da conversa exposta por Sérgio Moro no Jornal Nacional, da TV Globo, no dia 24 de abril.
Na última terça-feira, 05 de maio, o presidente exibiu aos jornalistas que o ex-ministro considerava “fofoca” a matéria do portal O Antagonista sobre investigação a deputados federais.
Ao apresentar o contexto da conversa, Bolsonaro resumiu a postura de Moro e do Jornal Nacional: “O Moro diz que isso é fofoca, porque ele tem informações privilegiadas. Se ele diz que é fofoca, ele diz que esse inquérito que existe no Supremo não tem nome de deputado federal nenhum”.
Na conversa, é possível ver que o ex-ministro respondeu ao presidente que a manchete d’O Antagonista – “PF na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas” – seria uma interpretação equivocada: “Isso é fofoca. Tem um DPF [delegado de Polícia Federal] atuando por requisição no inquérito da fake news e que foi requisitado pelo ministro Alexandre [de Moraes]. Não tem como negar o atendimento à requisição do STF”, escreveu Moro a Bolsonaro.
O Jornal Nacional havia exibido parte da conversa de Bolsonaro e Moro, mostrando que o presidente havia compartilhado o link em questão como argumento para a exoneração de Maurício Valeixo. A matéria em si faz referência a uma apuração do colunista Merval Pereira, de O Globo, de que o inquérito “já tem uma relação de 10 a 12 deputados bolsonaristas, mais empresários, que tiveram o sigilo quebrado, e a Polícia Federal estava a ponto de fazer busca e apreensão em seus endereços quando veio a quarentena”.
Quando enviou a reportagem pela segunda vez a Moro, Bolsonaro diz que este seria “mais um motivo para a troca”, sem explicitar se desconfiava que integrantes da PF pudessem estar vazando informações de inquéritos em andamento.