O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o envio do que ele chamou de “forças de manutenção da paz” em duas regiões separatistas No leste da Ucrânia, depois de anunciar na noite desta segunda-feira que reconheceria a independência das duas regiões de Donetsk e Luhansk.
Na prática, se trata de uma invasão das Forças Armadas russas em território ucraniano, apesar dos esforços conjuntos dos países membros da OTAN e da União Europeia para que o avanço das tropas russas fosse evitado.
Durante o seu pronunciamento em rede nacional, Putin transmitiu queixas históricas contra a OTAN e os EUA e acusou os governos ocidentais de atividades hostis que ameaçam a segurança russa. Putin também defendeu o envolvimento na região para o povo russo.
“Acho necessário tomar uma decisão que deveria ter sido tomada há muito tempo e reconhecer imediatamente a independência e a soberania da República Popular de Donetsk e da República Popular de Luhansk”, disse Putin.
Antes do discurso de Putin, o Kremlin disse que o presidente russo discutiu sua decisão com o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz. Ambos os líderes expressaram sua decepção com a decisão de Putin, mas indicaram sua prontidão para continuar as negociações diplomáticas, acrescentou o Kremlin.
O anúncio para reconhecer a chamada República Popular de Donetsk e a República Popular de Luhansk, áreas separatistas em Donbas, ocorre horas depois de Putin convocar uma reunião de segurança nacional transmitida.
Durante a sessão, altos funcionários russos discutiram publicamente o reconhecimento da independência dos dois enclaves onde as forças ucranianas e os rebeldes apoiados pela Rússia estão envolvidos em um longo impasse armado. O conflito nas regiões separatistas começou em 2014, logo após a anexação ilegal da Crimeia pela Rússia, uma península no Mar Negro.
Aliados dos EUA e da Europa alertaram que o reconhecimento de Putin das regiões separatistas na Ucrânia pode servir como um possível prelúdio para uma invasão mais ampla por parte da Rússia em todo o território ucraniano.
Líderes europeus condenaram o anúncio de Putin, chamando-o de “violação flagrante do direito internacional”.
“A União [Europeia] reagirá com sanções contra os envolvidos neste ato ilegal. A União reitera o seu apoio inabalável à independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas”, escreveram a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, numa declaração conjunta.
Na semana passada, o secretário de Estado Antony Blinken alertou que o reconhecimento de Donetsk e Luhansk desencadearia uma “resposta rápida e firme dos Estados Unidos em plena coordenação com nossos aliados e parceiros”.
Mais cedo nesta segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que solicitou uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU. Não ficou imediatamente claro quando ou se o pedido da Ucrânia seria aceito pelo Conselho de Segurança de 15 membros, do qual a Rússia é membro. Com: CNBC