A China está intensificando o uso da tecnologia para vigiar a população. O monitoramento por meio da inteligência artificial está usando os dados para prever crimes e evitar protestos.
Mais de 1,4 bilhão de pessoas têm telefones e conversas on-line rastreados e são vigiadas constantemente por meio de câmeras da polícia. Os sistemas e softwares espalhados pelo país estão mirando pessoas cujo comportamento ou características são suspeitas, no entendimento das autoridades chinesas, mesmo que não tenham feito nada de errado.
Os dados coletados por esses equipamentos são analisados pelo governo do Partido Comunista Chinês, com o objetivo de encontrar padrões que indiquem algum risco ao regime do país.
Ainda que em grande parte não tenham tido a existência confirmada, as novas tecnologias chinesas, detalhadas em contratos de aquisição e outros documentos analisados pelo jornal New York Times, ampliam consideravelmente as fronteiras dos controles políticos e sociais — e passam a integrar ainda mais profundamente a vida das pessoas. No mínimo, elas comprovam uma vigilância sufocante e violações de privacidade.
Os detalhes dessas novas tecnologias de segurança estão descritos em artigos de pesquisa de políticas, patentes de empresas terceirizadas de vigilância, apresentações corporativas e centenas de documentos de aquisição analisados e confirmados pelo jornal.
Para o governo, a estabilidade social é primordial, e qualquer ameaça a ela deve ser eliminada. As autoridades chinesas não exigem mandados para coletar informações pessoais.
Em 2020, as autoridades do sul da China negaram o pedido de uma mulher para se mudar para Hong Kong para ficar com seu marido, depois que o software constatou que o casamento era suspeito, informou a polícia local.
Uma investigação subsequente revelou que os dois não estavam frequentemente no mesmo lugar ao mesmo tempo e não tinham passado o feriado do Festival da Primavera juntos. A polícia concluiu que o casamento tinha sido falso, para obter uma licença de migração. Com: Oeste