Deputados estaduais e vereadores abriram apurações locais em 9 estados. Uma vez que foi priorizada a fiscalização dos gastos com o tratamento dos pacientes, agora o foco está, também, nos casos de “fura-fila” da vacinação.
Na última sexta-feira (26), Carlos Moisés, o governador de Santa Catarina (PSL), foi afastado de seu cargo pela segunda vez, tendo em mente que ano passado ele teria sido absolvido durante o primeiro processo de impeachment. Desta vez, ele não exercerá seu mandato por cerca de 120 dias, decisão essa que foi tomada pelo Tribunal Especial de Justiça.
A apuração legislativa direcionou a responsabilidade para Moisés pela compra de 200 equipamentos pelo valor de R$ 33 milhões, dos quais apenas 50 foram entregues. Uma vez que a decisão foi tomada, Moisés se pronunciou em suas redes sociais declarando que “não existe causa para o impeachment”.
Em meio a isso tudo, o Governador de Minas Gerais Romeu Zema agora é alvo de uma investigação que pode levá-lo a ser o terceiro governador enfrentando um impeachment neste momento (tendo em mente que Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro, se encontra afastado do cargo desde agosto do ano passado).
A investigação de Zema se deu no início em uma denúncia de que 1,8 mil funcionários da Secretaria de Saúde teriam tomado vacina contra o Covid-19 sem apresentar os requisitos prioritários para tal (como a idade, por exemplo). Tal caso levou o secretário Carlos Eduardo a ser exonerado.
No estado de Roraima, o governador Antônio Denarium já foi, também, alvo de pedidos de impeachment no decorrer da CPI que estaria investigando seu governo e a atuação do mesmo na área da saúde. Nenhum dos pedidos foi sucedido até o momento, mas a apuração levou ao cancelamento de 23 contratos considerados suspeitos no valor de R$85 milhões, assim como à prisão de mais de 20 pessoas.
Segundo o Jornal de Brasília, ainda houveram irregularidades na compra de máscaras, que ocorreram a preços superfaturados e que conduziram à demissão Francisco Monteiro Neto, ex-secretário de saúde de Roraima. Em uma nota oficial, o governo alegou ter encaminhado todos os processos às entidades de controle, além da exoneração de diversos servidores.
No meio de tamanha confusão, denúncias de “fura-fila” na vacinação contra a Covid-19 conduziram à abertura de CPIs por parte das câmaras municipais. No estado de Tocantins, vereadores de Colinas investigam se o prefeito Dr. Karasin (PSL), que já teria sido investigado pelo Ministério Público, tinha conhecimento de que cinco veterinários, além de um bombeiro e uma auxiliar de dentista teriam sido vacinados mesmo sem haver a convocação.
“Não cometemos nenhum ato ilegal, tanto que fomos acionados judicialmente, recorremos da decisão e o desembargador concedeu decisão favorável a nós, recomendando até a segunda dose”, declarou Karasin, que atualmente conta com o apoio de grande parte dos vereadores presentes na casa.