A Universidade de Oxford anunciou nesta terça-feira que está testando a ivermectina como um possível tratamento para a Covid-19. A iniciativa faz parte de um estudo apoiado pelo governo britânico que busca auxiliar a recuperação de pacientes em contextos não hospitalares. Ou seja, nas fases iniciais da doença.
A universidade já afirmou que a ivermectina resultou na redução da replicação do vírus em estudos laboratoriais, acrescentando que um pequeno estudo piloto mostrou que administrar o medicamento precocemente poderia reduzir a carga viral e a duração dos sintomas em alguns pacientes com quadros leves de Covid-19.
Batizado de “Principle”, o estudo britânico demonstrou em janeiro que os antibióticos azitromicina e doxiciclina são ineficientes de maneira geral em estágios iniciais da Covid-19.
Embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) e reguladores europeus e norte-americanos tenham se posicionado contra o uso da ivermectina em pacientes da Covid-19, o medicamento está sendo utilizado para tratar a doença em alguns países, incluindo a Índia e o Brasil – onde o remédio é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro como parte do chamado tratamento precoce.
“Ao incluir a ivermectina em um estudo de grande escala como o Principle, esperamos gerar evidências robustas para determinar o quão eficiente o tratamento é contra a Covid-19, e se há benefícios ou prejuízos associados ao seu uso”, afirmou Chris Butler, um dos líderes da pesquisa.
Se confirmada a eficácia do medicamento nesse estudo, este resultado poderá significar uma reviravolta no sentido de favorecer os defensores do tratamento precoce. Outras publicações já foram realizadas apontando resultados favoráveis, mas que foram contestados por críticos dessa abordagem.
Atualmente, na CPI da Pandemia que tramita no Senado Federal, uma das principais discussões tem sido exatamente a eficácia do tratamento precoce com o uso de fármacos como a ivermectina.
Nomes de peso na medicina nacional, como os da imunologista Nise Yamaguchi e o virologista Ricardo Zimerman, ambos ouvidos na Comissão, defendem a eficiência do medicamento. Com informações: EXAME.
“São mais de 100 artigos mostrando a evidência”, diz Yamaguchi sobre tratamento