[Euronews] – Milhares de pessoas foram às ruas em toda a França neste sábado para protestar contra as novas regras do coronavírus anunciadas pelo governo no início desta semana. As medidas polêmicas incluem a vacinação obrigatória para profissionais de saúde e a obrigação de os cidadãos trazerem uma espécie de ‘passe de saúde’ para poder frequentar a maioria dos locais públicos.
O passe de saúde é dado a quem está totalmente vacinado contra COVID-19 ou tem prova de um teste negativo feito em 48 horas. Em Paris, a blusa de um manifestante dizia “Não à vacinação obrigatória, liberdade violada!”, Enquanto o cartaz de outro dizia: “Macron, não à ditadura da saúde.”
Em Marselha, os manifestantes seguraram uma faixa mostrando rostos de políticos, incluindo o presidente francês Emmanuel Macron com bigode de Hitler. Os manifestantes também tomaram as ruas de Toulouse, Nice, Lille, Estrasburgo, Metz e outras cidades.
“Não somos antivacinas de forma alguma. Queremos apenas que todos tenham a liberdade de serem vacinados ou não. Os testes de PCR podem ser suficientes e, então, devemos mantê-los gratuitos”, disseram Aurélie e Tiphaine à AFP no protesto de Paris.
Vários manifestantes de coletes amarelos participaram das manifestações em todo o país. “Estamos aqui pelas exigências dos coletes amarelos e pelas restrições às liberdades. Não é mais uma lei que mata a liberdade que nos faz sair para a rua. Sempre estivemos na rua”, disse Jérôme Rodrigues, uma figura proeminente em o movimento do colete amarelo.
O governo francês afirma que as novas medidas são necessárias para conter a variante Delta, que se espalhou rapidamente, e que está alimentando uma onda de novas infecções no país. Na sexta-feira, as autoridades de saúde pública relataram mais de 10.900 novos casos – o que é quase um aumento de três vezes em comparação com meados de junho.
Desde os anúncios de Macron na segunda-feira, as vacinações aumentaram na França após uma desaceleração acentuada nas últimas semanas. De acordo com uma pesquisa de opinião realizada no início desta semana, 58% dos franceses aprovam a extensão do passe de saúde para cafés e restaurantes e 66% são a favor de seu uso para acessar espaços culturais.
Segundo o jornal Le Monde, cerca de 114 mil pessoas saíram às ruas para protestar contra o “passaporte sanitário” em 136 cidades da França. Contudo, vídeos que circulam nas redes sociais sugerem que esse número pode ter sido bem maior, a exemplo desse abaixo: